segunda-feira, 28 de julho de 2008

lacuna

vou fazer uma prece.
vou jogar minhas cinzas num cinzeiro.
vou pensar que te fazer sorrir me faz sorrir. e é verdade.
vou lembrar do meu cachorro e me fazer chorar, pra te fazer chorar. é verdade.

não, eu não rezo.
não, eu não fumo.
sim, é verdade, para as duas últimas afirmações.

ainda sinto medo, sinto frio
sinto muito, estou vazio.

domingo, 27 de julho de 2008

no deserto, reze;

"primeiro, antes de tudo, proteja o rosto da tempestade de areia. Depois veremos o que vamos fazer.
O que importa é que estamos num deserto a mais de quarenta graus célsius, mas não se preocupe, á noite isso inverte, fica frio.
quando tudo passar, urubus virão nos buscar, mas é normal, eles não devem ver alimento há semanas, mas não deixaremos que nos comam. É, antes eles que nós."

"mas, pai, não é por nada, mas eu tô com fome. Como a gente vai fazer pra comer?"

"Comer é psicológico. No desespero, até areia nos será bom. Prometo que quando tudo isso passar te levo no Mc Donald's. Mas continuemos a andar, nos filmes sempre aparece um oásis."

"oásis?"

"é, oásis. É um pequeno ponto no deserto que vende água."

"vende água?!"

"hahaha, é brincadeira, só tem árvores e um pouquinho de água."

"muito engraçado..." (irônico)

"é o mínimo, rir. se você tiver algo melhor pra fazer me diga"

"pai, eu sou um garoto de quinze anos, já sou crescido, já sei o que fazer sozinho, você só me atrapalha."

"ah, obrigado."

"pois é, se não fosse você, não estaríamos aqui."

"não estou nem ouvindo o que você diz, aliás, tá tão quente que eu não estou conseguindo entender nada, tá tudo girando, ficando lento, eu só sinto caloooor..."

"pai? fala comigo! - (desespero) - pai?! você está bem? não adianta, o sol fritou o cérebro dele,ele não acordará. ele morreu se preocupando comigo e eu o criticando. sou um idiota."

(prende o ar e morre.)

quarta-feira, 23 de julho de 2008

o mundo segundo eu.

E no começo, tudo era trevas.
Um elétron reagiu, explodiu. Era Deus, ou o que chamamos de. E fez-se a Terra. Não tão rápido assim, pra nós humanos, isso levou milhões de anos. Anos são conjuntos de 365 dias, ou quando a Terra dá uma volta completa em torno do Sol. O Sol é uma bola em chamas que nos fornece calor e luz, mas que está muito distante.
Mas quando a terra surgiu, outros elétrons reagiram, e fez-se a célula, a ameba, o macaco, e então, o homem. A ameba e o macaco ainda existem, isso eu não sei explicar.
O homem aprendeu a manipular as coisas, começando com as patas. Quando ele viu que podia andar com as traseiras, usou as dianteiras só para pegar objetos. As dianteiras ele chamava de mão, braço. As traseiras ele chamava de perna, pé. Ou murmurava.
Não faço a mínima idéia de como surgiu a comunicação entre os homens. Mas nem quero saber, pelo menos por enquanto.
Mas depois que o homem aprendeu a manipular, descobriu o fogo, depois a roda, depois a lança para caçar, e depois a faca.
O homem era feliz, caçando com sua faca, então veio outro homem pegar sua caça. esse pegou sua faca com uma ira mortal e partiu pra cima do outro homem. Começou a briga.
então, os irmãos do perdedor sentiram o rancor e criaram a pólvora. além de ser útil para caçar, poderia matar homens que atrapalhassem. Foi criada então a guerra.
Depois das trocas de carne por carne, o homem manipulou um mineral e chamou-o de ouro, decidiu então que um punhado de ouro valia um punhado de carne. Assim surgiu o dinheiro.
O homem dominou o dinheiro, e então, em busca de mais dinheiro, para mais carne, foi manipular outros homens.
Os homens que não questionavam, eram submissos e viraram escravos, o que hoje chamamos de mão-de-obra. É um termo mais bonitinho.
O homem juntou o poder com o dinheiro e agravou a guerra.
A guerra continua até hoje, quando homens mandam em homens e homens seguem suas ordens pra ter dinheiro.
Ainda espero que eu ou alguém faça algum elétron reagir e mudar tudo isso.

domingo, 13 de julho de 2008

primeiro;

Antes de começar, melhor eu me apresentar.
Meu nome é Lucas (tá escrito ali no cantinho), nasci em primeiro de junho de mil novecentos e noventa e um em São Bernardo do Campo.
Hoje tenho dezessete anos e trabalho, estudo e tenho uma banda.
Sou um cara que gosta de pessoas, que ouve e fala. Gosto também de livros e música.
Tenho um estilo próprio, não necessariamente sigo tendências de moda e comportamento, mas gosto de permanecer antenado.
quanto à música, ouço muito hardcore underground como Dance of Days e Sugar Kane, mas gosto de bandas barulhentas como Underoath e Avenged Sevenfold. My Chemical Romance também me faz muito bem. Bandas alternativas como The Mars Volta, Cansei de Ser Sexy e Bonde do Rolê me alegram.
Apesar de ter nascido na era da tecnologia - e adorar um computador - eu gostaria de ter vindo antes, lá pelos tempos de meus pais, pra poder sofrer a ditadura, gritar pelas diretas já e frequentar os shows de Raul Seixas.
Comecei com minha banda em fevereiro de dois mil e oito e desde então fizemos dois shows e temos algumas músicas em teoria.
Você deve estar se perguntando "e daí? não perguntei nada!", e eu te digo que esse é o mal da geração, as pessoas cada vez mais frias na frente da tela e sem querer saber de ninguém, além da sua própria conta de telefone no fim do mês. Mas, isso vai de cada um, eu não sou contra a internet ou o computador, mas sou a favor das cartas de amor e dos domingos na praça.
Entende?