domingo, 27 de julho de 2008

no deserto, reze;

"primeiro, antes de tudo, proteja o rosto da tempestade de areia. Depois veremos o que vamos fazer.
O que importa é que estamos num deserto a mais de quarenta graus célsius, mas não se preocupe, á noite isso inverte, fica frio.
quando tudo passar, urubus virão nos buscar, mas é normal, eles não devem ver alimento há semanas, mas não deixaremos que nos comam. É, antes eles que nós."

"mas, pai, não é por nada, mas eu tô com fome. Como a gente vai fazer pra comer?"

"Comer é psicológico. No desespero, até areia nos será bom. Prometo que quando tudo isso passar te levo no Mc Donald's. Mas continuemos a andar, nos filmes sempre aparece um oásis."

"oásis?"

"é, oásis. É um pequeno ponto no deserto que vende água."

"vende água?!"

"hahaha, é brincadeira, só tem árvores e um pouquinho de água."

"muito engraçado..." (irônico)

"é o mínimo, rir. se você tiver algo melhor pra fazer me diga"

"pai, eu sou um garoto de quinze anos, já sou crescido, já sei o que fazer sozinho, você só me atrapalha."

"ah, obrigado."

"pois é, se não fosse você, não estaríamos aqui."

"não estou nem ouvindo o que você diz, aliás, tá tão quente que eu não estou conseguindo entender nada, tá tudo girando, ficando lento, eu só sinto caloooor..."

"pai? fala comigo! - (desespero) - pai?! você está bem? não adianta, o sol fritou o cérebro dele,ele não acordará. ele morreu se preocupando comigo e eu o criticando. sou um idiota."

(prende o ar e morre.)

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