sábado, 7 de março de 2009

Teorias e Fraquezas.

Bem, agora, depois de tudo isso, às duas e dezessete da manhã, vou pausar esse circo de força e auto-suficiência pra apresentar minha maior fraqueza; e vou apresentá-la contando uma história, real.

"Há alguns anos (três, quase quatro, pra ser mais preciso) eu conheci uma garota. Não me convém citar nomes, ela tem a vida dela e eu a minha. Esta garota era muito bonita, e eu quis, com toda minha mentalidade infanto-juvenil, conquistá-la. Ótimo. Criei coragem e fui conversar com ela. conversamos por um dia inteiro (quase dois, pra ser mais exato), até que eu consegui realizar a façanha. Maravilha.
Além de muito bonita, esta menina era muito inteligente, e eu me encantei de verdade por todas as suas idéias, seu jeito de falar, seu jeito de caminhar e todo o resto. Um dia inteiro ao lado dela era pouco pra mim. Ela demonstrava um afeto por mim, e eu demonstrava devoção por ela.
Ficamos juntos por uma semana, e quando eu digo juntos, é juntos mesmo. Ela chegou a reclamar de como eu "grudei"e de como eu podia ter ditoa frase "eu te amo" pra ela? Foi o primeiro baque.
Quando a semana acabou, chegou dia 10 de janeiro, e ela teve que ir embora. Não achei nem um pouco legal, mas concordei. Ela não me fez nenhuma promessa, nenhuma jura de amor, nada, mas me deu um presente. Me ofereceu algo dela, um objeto que não convém falar, mas que pra mim significou muita coisa. Ela só me deu aquilo e foi embora.
Por mais uma semana eu mantive aquilo comigo. Eu era um guardião, um protetor. E sofria um pouco cada vez que eu passava pelos lugares onde ela costumava estar, e ela não estava.
Foi aí que apareceu outra menina. Muito bonita.
Me deu mole. Ótimo. Mas eu não retribuí. No começo.
E então, uma grande amiga minha me disse:
"por que você ainda sofre tanto? esquece. Não vai dar certo. Não adianta, amor de verão não sobe a serra."
Eu acreditei.
Guardei o objeto que até então eu carregava comigo e fui conversar com a outra.
Muito interessante também, ótimo, ficamos.
Esta também foi embora, mas dessa vez não sofri. Me mantive forte, com o "foda-se" na cabeça.
Outra apareceu, eu fiquei.
Acabou que eu também tive que voltar. As férias acabaram e eu voltei pra casa.
Foi aí que eu voltei a falar com a dona dos meus pensamentos, e eu contei pra ela sobre minhas intenções. E, pra minha surpresa, ela não aceitou.
Ela me falou que sabia do que tinha acontecido, e que pra ela, aquilo não foi um amorzinho de verão.
Meu mundo desabou.
Como pude ser tão imaturo? Como pude estragar o início de um sentimento tão bom?
Essas eram as perguntas que vinham na minha cabeça. Eu me torturei em pensamentos.
Mas, o tempo passou, eu superei. Na verdade, em partes.
Alguns meses depois, fiz 15 anos, e uma festa, em que a convidei, e para minha surpresa, ela foi.
Fiquei muito feliz de poder vê-la. Minhas pernas tremeram pela primeira vez quando eu a vi, com duas horas de atraso, no lugar combinado.
Ótimo, curtimos a festa.
No outro dia, liguei pra ela e convidei-a pra sair. Estava na cara o que eu queria. Ela aceitou, eu fiquei mais feliz.
Fomos ao cinema, no dia marcado. Ela me fez um origami de coração, me disse pra esperar o filme acabar (inclusive créditos) pra poder sair, colocou o cabelo para trás, demonstrando interesse. Apenas sinais de que estava esperando que eu fizesse algo. Eu não fiz. Tive medo.
Mas ainda sentia algo. E era forte.
Foi só na hora de ir embora que eu (depois de ter despedido, virado as costas e andado uns dez metros) resolvi fazer alguma coisa.
Corri, puxei seu braço e a beijei. Estilo cena de cinema. Me orgulhei de ter sido corajoso o suficiente, e adorei aquilo.
Passei a semana toda pensando nela. Liguei para ela algumas vezes, tentando combinar alguma coisa, mas ela sempre me dizia que não dava. E se passou uma semana, duas, três, quatro.
Então, resolvi fazer alguma coisa.
Liguei pra ela e tentei conversar, expliquei o que eu sentia e pra minha surpresa, ela não retribuiu.
Meu mundo caiu novamente.
Suas palavras me perfuraram, me senti um idiota por gostar tanto dela. Mas no fundo, pensei: "talvez ela tenha sentido o mesmo quando descobriu o que eu havia feito, meses atrás. É justo."
O tempo passou, eu esqueci. Ela seguiu feliz, ainda segue. Eu também."

Hoje em dia, falo muito pouco com essa garota, mas ainda assim, agradeço por ela ter existido, pois foi por ela ser tão especial e tão inteligente e com tantos pontos bons que eu sou o que sou hoje. Tudo o que eu aprendia naquela época era pra impressioná-la, como todo garoto com 14/15 anos. Mas mesmo assim, foi importante pra mim, todos os baques e teorias que aprendi.
E confesso, que até hoje, quando vejo apenas sua foto entre os nove primeiros do orkut, sinto um frio esquisito na espinha e minha respiração fica diferente, como agora.
Se ela estiver lendo isso, obviamente vai saber, então eu quero que fique aqui o meu "muito obrigado."
8 de março de 2009 - 03:08 da manhã.

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